Quando morávamos em São Paulo, eu e o Mário tínhamos o hábito de ir a bares para curtir um bom rock n'roll. Esse hábito nos aproximava muito, pois além de compartilharmos o mesmo gosto musical, também nos dava a oportunidade de resgatar o clima de namoro. Mas, com a chegada das crianças, mudamos de São Paulo, nosso adorado hábito foi trocado pela rotina de pai e mãe do interior.
Passei o fim de semana por lá e para relembrar os bons tempos, fomos atrás de um bom boteco, que eu recomendo para todos, que gostam de rock. Muitos roqueiros já deve conhecê-lo, eu simplesmente adorei: Dinossauros do Rock. Só clássicos, um pub aconchegante e de muito alto astral! Ouvimos Janis Joplin, Led Zeppelin, Pink Floyd e ainda tivemos a oportunidade de ver (para mim um caso de "cantoria mediúnica"), um cara cantando Raul Seixas, só como Raul Seixas sabia cantar!!! Nossa, impressionante, sensacional!E voltando para a filharada lá pelas 4 da manhã, tive certeza, que São Paulo é o meu lugar!
São Paulo, São Paulo - Premeditando o Breque
É sempre lindo andar na cidade de São Paulo.
O clima engana, a vida é grana em São Paulo.
A japonesa loura, a nordestina moura de São Paulo.
Gatinhas punks, um jeito yankee de São Paulo.
Pra quebrar a rotina num fim de semana em São Paulo.
O clima engana, a vida é grana em São Paulo.
A japonesa loura, a nordestina moura de São Paulo.
Gatinhas punks, um jeito yankee de São Paulo.
Pra quebrar a rotina num fim de semana em São Paulo.
Lavar um carro comendo um churro é bom pra burro.
Um ponto de partida pra subir na vida em São Paulo.
Terraço Itália, Jaraguá, Viaduto do Chá."
Quem, de fato, conhece São Paulo, irá entender porque vou na contra mão de todos que sonham em mudar para o interior e deixar aquela loucura para trás. Eu amo São Paulo. Por mim, eu moraria bem no Centro, num apartamento antigo da Av. São Luís, mas para as crianças, viver no interior é muito mais saudável e tranquilo. Confesso que acho a vida no interior um tédio total. Tudo o que adoro, contagia e encanta está na louca vida da "Paulicéia Desvairada". Claro que como todo mundo, que lá vive, não gosto do trânsito, da poluição, no entanto, São Paulo é tão cheio de encantos, que esses problemas não são justificativas para não admirar a capital.
"Deixe-se levar pelo seu imaginário
Tudo o que você lembrar, em São Paulo tem
De museos a restaurantes
Do mundo todo, imigrantes
Anchieta ou Bandeirantes
Rua Direita, esquerda e contramão
Em São Paulo tem de tudo, meu irmão!
23, 25 março, todos os dias do calendário
Tanto carro, que parece procissão
Fumaça, buzina e gritaria
E não se engane, pois parece grande,
Mas, São Paulo cabe dentro de qualquer coração."
Poliglota ou Bidú? (Tanio Jairo)
Ninguém vive em São Paulo,
Sem ser poliglota ou bidu.
Ai, Jesus! Que o padeiro,
É o Joaquim ou Manuel,
Tá na cara, tintureiro,
Li Chang Fu vende pastero,
Hierro Viejo es el Lopez,
Que sabe comprar e revender,
Mas se eu kerr uma chopp,
No casa da Fritz,
Eu fai beber.
No lodjinha do Abdala,
A breço é de ocasion,
No Chichilo cantineiro,
Manja-se buono maqueron,
Com desconto compra moveis,
No loja da Isac Salomon,
Mas na pá de pedreiro,
Só dá Severino, meu irmão..."
A breço é de ocasion,
No Chichilo cantineiro,
Manja-se buono maqueron,
Com desconto compra moveis,
No loja da Isac Salomon,
Mas na pá de pedreiro,
Só dá Severino, meu irmão..."
Leitura recomendada:
Letras www.musicasantigas.mus.br
Imagens: 1e 4(São Paulo, minha cidade),2 (quase poema)3 (Unicam), 4,5 e 6 (tatimolini)
"Aclimação
Lauro Miller"
Lauro Miller"
Na Bela Vista,
Eu tive uma conquista,
Lá no Belém,
Também gostei de alguém,
No Itaim,
Alguém gostou de mim,
Mas foi lá na Aclimação,
Que eu prendi meu coração."
Eu tive uma conquista,
Lá no Belém,
Também gostei de alguém,
No Itaim,
Alguém gostou de mim,
Mas foi lá na Aclimação,
Que eu prendi meu coração."
Poesias da Amiga
Mario de Andrade
Mario de Andrade
Não contem aos meus amigos,
Sepultado em minha cidade,
Saudade.
Meus pés enterrem na rua Aurora,
No Paissandu deixem meu sexo,
Na Lopes Chaves a cabeça
Esqueçam.
No Paissandu deixem meu sexo,
Na Lopes Chaves a cabeça
Esqueçam.
No Pátio do Colégio afundem
O meu coração paulistano:
Um coração vivo e um defunto
Bem juntos.
O meu coração paulistano:
Um coração vivo e um defunto
Bem juntos.
Escondam no Correio o ouvido
Direito, o esquerdo nos Telégrafos,
Quero saber da vida alheia
Sereia.
Direito, o esquerdo nos Telégrafos,
Quero saber da vida alheia
Sereia.
O nariz guardem nos rosais,
A língua no alto do Ipiranga
Para cantar a liberdade.
Saudade.
A língua no alto do Ipiranga
Para cantar a liberdade.
Saudade.
Os olhos lá no Jaraguá
Assistirão ao que há de vir,
O joelho na Universidade,
Saudade.
Assistirão ao que há de vir,
O joelho na Universidade,
Saudade.
As mãos atirem por aí,
Que desvivam como viveram,
As tripas atirem pro Diabo,
Que o espírito será de Deus. Adeus."
Que desvivam como viveram,
As tripas atirem pro Diabo,
Que o espírito será de Deus. Adeus."
Olá!
ResponderExcluirAcho esrá musica a cara de SP.
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas
Ainda não havia para mim Rita Lee
A tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João
Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto
É que Narciso acha feio o que não é espelho
E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho
Nada do que não era antes quando não somos mutantes
E foste um difícil começo
Afasto o que não conheço
E quem vende outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso
Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de campos, espaços
Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva
Pan-Américas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
Mais possível novo quilombo de Zumbi
E os novos baianos passeiam na tua garoa
E novos baianos te podem curtir numa boa
Meu carinho
Que bonita homenagem à minha cidade natal, Márcia! Também saí de Sampa e vim morar no interior, mas minha família permanece por lá. Toda vez que volto para lá, me encanto com o burburinho e a infinidade de alternativas. Da última vez, conheci melhor o bairro da Liberdade, que nunca eu tinha explorado com atenção. Amei!
ResponderExcluirParabéns pela postagem.
Meu carinhoso abraço,
Yolanda
Eu não conheço Sampa,mas um dia terei a oportunidade,se Deus quiser e será um enorme prazer.
ResponderExcluirBjos
Olá Márcia!
ResponderExcluirSão Paulo, é uma linda cidade, jovem mulher madura disfarçada, desconfio...e tem coração de mãe...ama seus filhos e os amigos deles, recebendo a todos de braços abertos! Amo São Paulo... pena que tantas outras coisas deixem-na triste; trânsito impossível; e pessoas de todo tipo que dificultam a vida lá... e tudo porque esta minha doce e cidade tem um coração tão grande que recebe tudo e todos, sem preconceitos e nem percebe seus defeitos!
Beijos, Vera.
só faltaram algumas imagens das favelas, do pcc, do rio morto que é o tietê, dos motoboys fdps, eu sou do interior e toda vez que preciso passar por SP eu sinto meu nível de estresse subindo conforme passo pela marginal, é terrível.
ResponderExcluirA todos os caipiras que falam mal de São Paulo - morram de inveja. Se fosse ruim, não seria a maior cidade da América Latina.
ResponderExcluir