Na preguiça básica do sábado à tarde, sem muita vontade de pensar, achei na tv o clássico nada inédito "Atração Fatal". Acho que todos conhecem esse filme sobre o homem que trai a mulher e acaba arrumando uma doida para persegui-lo. Deve ser assistido junto com o marido ou namorado, e não podemos esquecer de ficar repetindo... tá vendo? tá vendo? tá vendo? cuidado, hein?
Bobagens à parte, a história mostra uma pessoa que não consegue lidar com a rejeição. A paixão sobe à cabeça, deixando-a cega. Ela imagina um relacionamento que não existe e torna-se disposta a tudo para vivê-lo. O desejo desmedido transformado numa busca desenfreada pelo prazer e pela satisfação.
Michal Macku |
O prazer que entorpece a alma, pode viciar o corpo e confundir a mente. Somos reféns dos pequenos prazeres que a vida nos proporciona. Esses mimos não causariam problemas por si só, mas quando combinados com outras carências, podem deixar de ser uma fonte de alegria para tornar-se sofrimento.
Acredito que o maior desafio do ser humano seja não deixar a sedução do corpo chegar até a alma. E não refiro somente à relacionamentos, incluo todas as delícias da vida, do sexo ao chocolate! Na conhecida frase "Querer é poder", imagino que o sentido dessa frase, não se limite à auto ajuda, de incentivo à ação, mas também sirva como afirmação do poder que o "querer" exerce sobre nós e suas consequências. Os gregos mediam a integridade do homem, pela maneira como ele lidava com os próprios desejos.
Michal Macku |
Canalizar a força do querer para alcançar um objetivo é o segredo do sucesso. Sucumbir ao poder do desejo para substituir uma carência é a receita do colapso. Quando estamos carentes ou inseguros, qualquer alternativa, que prometa neutralizar esses sentimentos, pode nos seduzir. Nessas condições, fatalmente, iremos idealizar no outro como a solução dos nossos problemas. Como uma droga viciante, podemos sucumbir a essa criação, acreditando que o outro é responsável por nossa felicidade. Quando nos deparamos com a realidade, a decepção pode ser cruel.
A insatisfação com uma situação que não conseguimos mudar, pode nos fazer buscar alternativas para supri-la. Assim, conhecer a própria identidade, estar seguro e satisfeito consigo mesmo, pode nos poupar da ilusão e de muito sofrimento. As pessoas nos decepcionam por não atenderem as nossas expectativas. Quanto maior o grau de dependência pela outra pessoa, maior serão essas expectativas e a probabilidade de decepção. Perceba tratar-se de um problema exclusivamente nosso, não do outro.
Michal Macku |
Somos apenas animais dotados de auto controle, apenas isso nos diferencia dos demais. Mas, dentro de cada ser humano, esse animal está preso nas grades da convenções sociais e comportamentais, que acumulamos nas centenas de milhares de anos da nossa existência social. Essa parte de nós é regida pelo princípio do prazer, que exige a satisfação imediata dos desejos sem importar-se com suas consequencias.
Inúmeros filmes e livros contam histórias de pessoas, que sucumbiram ao desejo e à dependência. Crimes passionais são cada vez mais comuns. Tantas histórias mitológicas contam as desventuras dos deuses que deixaram-se seduzir, que se entorpeceram até a alma pela paixão. Se até os Deuses sucumbiram, imaginem nós, reles mortais?!
É verdade, Márcia. É fácil se deixar levar pelos nossos desejos. Mas confesso que o meu vício por chocolate é mais forte que eu... rs
ResponderExcluirDisseram Lennon & McCartney... "I want you. I think so better..."
ResponderExcluirAbraços
Eita Giselle! E vc acha que alguém pode ter autocontrole diante de uma bela trufa, mulher?! Que isso! Eu sou uma escrava do cacau! Obrigada por compartilhar esse vício comigo! bjo grande, Márcia
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