Comecei a ler o livro "Aforismos para a Sabedoria de Vida" ,do filósofo Arthur Schopenhauer, que queimou os miolos, analisando nossas similaridades e o quê, de fato, nos difere.
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Qualquer coisa que eu possa escrever sobre esse assunto, soará como plágio desse livro espetacular, pois sua linguagem é tão próxima dos nossos pensamentos, que temos a impressão de dividir com ele a autoria do livro. Então, escolhi alguns trechos, numa coletânea desses ótimos aforismos. Para quem gosta de questionar a própria existência e os "por quês" das topadas da vida, eu recomendo esse é excelente livro.
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(...)os limites de seus poderes mentais fixaram em definitivo sua capacidade para prazeres de natureza mais elevada.(...)Se tais poderes forem pequenos, nenhum esforço exterior, nada que seus companheiros ou que seu destino fizer será suficiente para elevá-lo além do grau habitual de felicidade humana e prazer meio-animais. O que lhe resta são os prazeres dos sentidos, uma confortável e alegre vida familiar, má companhia e passatempos vulgares. Mesmo a educação, no todo, não pode oferecer muito, se é que oferece algo, para ampliar seu horizonte. Pois os prazeres mais elevados, variados e duradouros são os do espírito, independentemente do quanto nos enganamos em relação a isso na juventude; mas tais prazeres dependem principalmente de nossos poderes intelectuais inatos. É óbvio, portanto, o quanto nossa felicidade depende daquilo que somos, de nossa individualidade, embora normalmente levemos em consideração apenas nossa sorte ou destino, apenas aquilo que possuímos ou representamos. Nossa sorte, nesse sentido, pode melhorar; mas, se formos interiormente ricos, não pediremos muito dela. Por outro lado, um tolo permanece um tolo, um estúpido permanece um estúpido, até o fim de sua vida, mesmo se rodeado por houris no paraíso.(...)
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(...)aquilo que um homem é por si mesmo, aquilo que o acompanha em sua solidão e aquilo que ninguém pode proporcionar ou subtrair, obviamente, lhe é mais essencial que tudo o que possui, ou mesmo ao que pode ser aos olhos dos outros. Um homem de intelecto, em completa solidão, encontra um excelente entretenimento em seus próprios pensamentos e imaginação, enquanto a contínua diversidade de festas, peças, excursões e diversões é incapaz de proteger um tolo das torturas do tédio. Um indivíduo bom, moderado, brando pode ser feliz em circunstâncias adversas, enquanto outro, ambicioso, invejoso e malicioso, mesmo sendo o mais rico do mundo, sente-se miserável.(...)
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(...)Aquilo que um homem tem em si próprio é, portanto, o elemento mais essencial à sua felicidade. Devido a isso, em regra, a maior parte daqueles que estão à parte da luta contra a penúria no fundo sentem-se tão infelizes quanto os que se encontram engajados nesta. O vazio de suas vidas interiores, a obtusidade de suas consciências, a pobreza de suas mentes os levam à companhia de outros homens como a si mesmos(...)
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(...)podemos suportar mais facilmente um infortúnio que nos atinge externamente que aquele que criamos para nós mesmos, pois o destino pode mudar, mas nunca nossa própria natureza.(...)
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(...)frequentemente hesitamos em deixá-la entrar a alegria, pois antes queremos saber se temos motivos suficientes para estarmos contentes; ou porque receamos ser atrapalhados por ela quando estamos envolvidos em deliberações sérias e cuidados importantes.(...)
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A diferença fundamental entre a juventude e a velhice sempre será que a primeira tem a vida em perspectiva, e a segunda, a morte; que, por conseguinte, uma possui um passado curto com um longo futuro, enquanto a outra possui o contrário.(...)
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Fonte: Aforismos para a Sabedoria da Vida
Autor: Arthur Schopenhauer
Tradução: André Díspore Cancian
Original: Parerga und Paralipomena (Aphorismen zur Lebensweisheit)
Marcinha, minha linda!
ResponderExcluirUau! Que papo, literalmente, cabeça! rsrsrs... Gostei muito das passagens que você citou e acho que isso acaba se tornando uma grande fonte para escrever sobre o assunto. Eu mesma fico sempre me perguntando sobre o por quê de tanta diferença se, teoricamente, carregamos os mesmos órgãos? Daí, claro, vem a explicação da experiência e do quanto cada um se permite viver as diversas situações da vida. Alguns aprendem e levam o aprendizado a sério, como forma enriquecedora de crescimento...outros encaram apenas como passagens, não importa se boas ou más, mas acham que são passagens. Então, por mais que tenhamos órgãos iguais, ainda o sentir e a percepção são diferentes... bem, amiga linda, esse papo vai longe! rsrsrs...rende muitos posts!
Adorei essa parte: "(...)É óbvio, portanto, o quanto nossa felicidade depende daquilo que somos, de nossa individualidade, embora normalmente levemos em consideração apenas nossa sorte ou destino, apenas aquilo que possuímos ou representamos. Nossa sorte, nesse sentido, pode melhorar; mas, se formos interiormente ricos, não pediremos muito dela.(...)".
Show de bola, como sempre, minha querida!
Grande beijo,
Jackie
Simplesmente maravilhoso este post!!!!
ResponderExcluirParabéns pelo texto e caricaturas
ResponderExcluirCom carinho
Isa
http://sabedorias-isa.blogspot.com
Jackie lindona! Esse papo tem chão mesmo, viu! Tem muitas variáveis do assunto, que rende posts demais! Mas, todas as vezes que começo a ler um livro de algum filósofo, fico impressionada como os questionamentos sobre a vida são os mesmos desde do tempo do "Onça" e não mudam! Coincidentemente, essa passagem também foi minha preferida! Muito obrigada flor, por compartilhar comigo sua opinião! Amo seus comentários, amo seus textos! Bjo enorme!
ResponderExcluirOlá Professor Renato! Muito obrigada pela visita! Muito obrigada mesmo por comentar! Fico muito feliz que tenha gostado! Volte sempre! Grande Abraço,
ResponderExcluirKeep this goіng please, great job!
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