Amor - O Meio | Mamãe Recomenda

23 de junho de 2010

Amor - O Meio

Amor - O meio

"As almas, não, as almas vão pairando,
e, esquecendo a lição que já se esquiva,
tornam amor humor, e vago e brando
o que é de natureza corrosiva."
trecho de "Entre o Ser e as Coisas" - Carlos Drummond de Andrade

Apesar de ir contra nossa própria espécie, optamos pela monogamia.  Entre os mamíferos, apenas 3% das espécies são monogâmicas. Por que fizemos essa escolha?
Há 3 milhões de anos, nossos ancestrais desceram das árvores e começaram a andar eretos. Um pequeno passo para o hominídeo, um grande salto para a humanidade e uma complicação danada para as fêmeas - que não conseguiam mais carregar os filhotes nas costas, como fazem os chimpanzés. Como não tinha jeito de colher raízes e se defender de leões e ao mesmo tempo segurar bebês nos braços, elas passaram a precisar da proteção e do sustento masculino. Para o homem, seria muito dispendioso alimentar e defender mais de uma mulher. Resultado: os homens nos fizeram um favor, em troca da continuidade da espécie.  Além disso, com o tempo, o cérebro humano foi ficando maior. E aí as mulheres passaram a ter dificuldades para dar à luz bebês tão cabeçudos por seu canal de parto estreito. A pélvis não podia crescer, ou os humanos não conseguiriam mais andar eretos.  Assim, os bebês passaram a nascer ainda mais indefesos (um humano leva 18 anos para ficar adulto, 8 a mais que um filhote de chimpanzé) e dependentes da mãe.
Para garantir a sanidade das mulheres, a natureza botou os hormônios em ação para criar a ligação e o companheirismo. O amor profundo, que deixa as pessoas calmas e seguras. Foi ele que possibilitou a criação das famílias - e fez nossa espécie chegar aonde chegou. Só que para isso, a testosterona teve que se recolher, para nos tirar aquela tendência a variedade.
Sem testosterona, os casais vão perdendo a vontade de sexo. Sem o mesmo encantamento de quando estavam apaixonadas, as pessoas ficam menos tolerantes, e começam a ver o outro como ele realmente é.
Salvo às exceções, (a ciência e suas centenas de estudos não explicam),  para a maioria dos casais, a paixão diminui com o tempo. E isso faz sentido. Seria difícil cuidar dos filhos e tocar a vida atordoado por aquela intensidade do início de romance, quando mais ninguém existe no mundo.
Alguns estudos afirmam, que quando não esperamos muita coisa da relação, o amor nasce pequeno e cresce com o tempo. Ao contrário da paixão, quando idealizamos  da pessoa amada, e quando a testosterona diminui, a decepção aparece e o amor inevitavelmente diminui.
 O lance é dar um jeito de acender o fogo da paixão, usando a imaginação e a força de vontade! Seja como for, não se acomode. Afinal, depois de milhões de anos evoluindo para nos relacionarmos, temos agora que evoluir para sermos, de fato, felizes juntos!

"Quero vivê-lo em cada vão momento
E em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento."
trecho "Soneto de Fidelidade" - Vinicius de Moraes 

Dizem que tudo que nasce, cresce, um dia morre. Morrer é a sentença da qual nem o Amor escapa. Por quê?

Um comentário:

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